Dia desses eu estava passeando pelo perfis minimalistas do Pinterest, assim como lendo alguns posts em blogs que abordam o tema, quando comecei a me sentir mal. Não, o minimalismo não está me matando, é só que eu percebi uma coisa que, pra mim, parece muito triste.
Eu sempre defendi que minimalismo não é sobre números e que tudo o que aparece como “moda” nesse meio é somente para servir de inspiração, ninguém precisa se sentir escravo. Mas infelizmente não é com essa leveza que eu vejo o minimalismo na internet. Não importa aonde eu vá, clicando nessa imensidão de conteúdo sobre o tema, sempre me deparo com o que parece ser uma ditadura. Uma não, várias. Mas não vamos falar de todas elas, vamos por partes. Talvez eu aborde outras em outros posts.
A foto que encabeça este post é minha. Estas são as minhas roupas. Dá pra perceber que eu adoro preto (amor da minha vida), branco, cinza e listras, né? Pois é. Mas o que isto tem a ver com o minimalismo? Nada! Leram bem? Nada! Apesar de não entender nada de moda, acredito que a forma como você se veste diz muito sobre a sua personalidade, mas não te dá atestado de minimalista. Eu não sei o que acontece com (quase) todos os blogs e perfis do Instagram/Pinterest/Tumblr das pessoas que costuma falar sobre isso, ou que falam especificamente disso, que mergulham numa imensidão branca e vazia que chega a dar agonia.
Eu me senti mal vendo e lendo tudo aquilo porque parecia que eu estava sofrendo uma overdose. Ouvi um coro que dizia: o minimalismo me transformou e na catequese disseram que só é permitido vestir branco, preto, azul marinho e uma bolsa caramelo. Não havia diferença entre as fotos, não havia diferença entre as pessoas.
Eu sei que quando a gente resolve dar passos rumo a uma vida mais simples (ou rumo a qualquer vida), muita coisa que acreditávamos gostar antes acaba por não fazer o menor sentido depois. Mas daí a virarmos um exército, a sermos praticamente todos iguais? É muito estranho o fato de todos os que se dizem minimalistas, ou que caminham rumo a uma vida mais simples, gostem das mesmas coisas, se vistam da mesma forma. Não acredito que o minimalismo tenha a ver com cor ou estilo de roupa. Acredito que tenha a ver com como você se sente vestindo determinada roupa. Minimalista não pode vestir amarelo e babados? É claro que pode. Deve. Se isso o fizer feliz.
Gente, eu espero que vocês estejam me entendendo e não pensem que eu estou aqui pra contrariar a vontade das pessoas de vestir roupas básicas e monocromáticas. Eu estaria cuspindo no meu próprio prato, né? O que eu quero com este post é tentar defender um outro lado, um lado menos branco, menos básico, menos vazio. Eu estou aqui para prestar a minha solidariedade às pessoas que veem um vestido florido lindo e não compram porque (acham que) têm que manter uma pose minimalista. Eu estou aqui pra dizer a essas pessoas que está tudo bem comprar o vestido florido lindo E ser minimalista. Não existe uma única lei neste mundo que te impeça de viver uma vida simples e sair toda estampada por aí.
Eu decidi que preto era a minha cor aos 12 anos de idade. Minha mãe tinha pavor do meu guarda-roupa quando eu era adolescente, ela dizia que só tinha coisas “das trevas”. Depois que cresci, ela começou a pegar no meu pé porque eu só tinha roupas iguais e das mesmas cores: camiseta branca, preta e cinza. Até hoje, quando ela liga dizendo que vai comprar roupas pra mim eu respondo que não precisa - a não ser que ela mande uma foto - porque eu já sei que será estampado ou colorido, pois ela se recusa a comprar alguma coisa preta. Podem ligar pra ela e confirmar tudo isso.
Eu não visto roupas básicas porque resolvi ter uma vida mais simples e na bíblia do minimalismo diz que a gente tem que se vestir dessa forma. Eu visto roupas básicas há muito tempo porque é da minha personalidade, porque eu não sei combinar estampas, porque eu acho feia a maioria das coisas que está na moda. Mas nem por isso deixo de gostar e comprar roupas estampadas de vez em quando. Confesso que é difícil uma estampa me agradar. Muitas vezes me arrependo de ter comprado e começo a usar a peça em casa, pois não tenho coragem de sair na rua com ela. Mas o fato é que eu não me sinto presa às cores básicas no intuito de receber o certificado de minimalista do ano.
Minhas estampas
*Um outro ponto interessante a ser discutido: “roupa de casa e roupa de sair”. Algumas pessoas que se dizem minimalistas não possuem roupas de casa. Se você é alguém que tem que resolver muitas coisas na rua, ou que recebe muita gente em casa, melhor mesmo estar mais arrumadinha. Mas como isso não condiz com a minha realidade, eu jamais ficarei em casa com uma camisa nova que me custou 70 conto. Em casa eu pareço a doida do pão. Se estiver frio, não precisa nem de roupa de casa, minha gente, um pijaminha já tá de ótimo tamanho. A minha roupa de casa também não precisa ser preta ou branca. A maioria é, pois tudo que ficou velho é branco ou preto. Mas, como já falei no parágrafo anterior, se compro algo estampado e me arrependo, vai pra pilha das roupas de casa. Eu não me sinto na obrigação de estar sempre preocupada com uma paleta de cores enquanto faço meu feijão ou lavo meu banheiro.
Uma das minhas referências sobre o tema vida simples é a Camile Carvalho. Ela é uma fofa e eu a acompanho em tudo o que é rede social (stalker ^^). Pra mim ela é uma pessoa que capta bem a essência do que é levar uma vida minimalista, não propagando as mesmas ideias, com as mesmas cores e as mesmas quantidades. Camile é vegana, mas não fica com aquele discurso de que todo mundo que come carne vai para o inferno. Ela é professora de ioga, mas não vende cartilhas de “se você se diz minimalista e não pratica ioga, você não é minimalista”. Ela realmente é uma pessoa iluminada e eu a admiro muito.
A Taís Godinho, do Vida Organizada, também é uma pessoa que me inspira. Apesar de o foco do seu trabalho ser organização e não minimalismo, eu gosto de como ela aborda o tema às vezes, sempre de forma cautelosa e não desrespeitando as particularidades das pessoas, nem fazendo-as acreditar que só existe uma maneira (e cor) certa a conduzir a vida.
Está cada vez mais difícil encontrar inspirações diversificadas. Eu não vou dar uma de hipócrita e dizer que não gosto de fotos/roupas com esse perfil mais clean, é claro que gosto. Já disse, não vou cuspir no prato que como. O que eu não gosto é dessa obrigação de ter que ser minimalista e básica e monocromática e ter uma casa toda branca com três móveis.
Eu torço muito para que as pessoas não tenham medo de se desconstruir quanto a isso, não tenham medo de usar um vestido rosa se quiserem. Não fiquem paranoicas com uma suposta reputação que devem manter. Espero mesmo que todos entendam que o minimalismo existe para que você quebre padrões, não para que saia de uma prisão e entre em outra.
P.S.1: Você pode até pensar que eu estou bostejando e que nunca viu ninguém obrigar os outros a seguir uma apostila minimalista. Mas eu acredito que as "ditaduras" estão, muitas vezes, nas coisas que a gente não diz.
P.S. 2: Quando a maioria das referências que se tem sobre um determinado assunto são praticamente iguais, a tendência é você achar que algo está errado, mas que algo está errado com você. Como assim eu quero ser minimalista e meu sofá não é branco? 90% da minha timeline minimalista tem um sofá branco. Estou de fora, nunca vão acreditar que eu sou minimalista.
E você, o que pensa sobre o assunto? Concorda, discorda? Comenta aí ;)
Adorei sua postagem, haha!
ResponderExcluirEu nunca havia reparado nisso, e não sou minimalista, mas acompanho gente que é e realmente há um certo padrão entre elas. O intuito seria apenas comprar peças que combinassem com todas as outras do armário. Mas qual o problema de ter um sapato abóbora que só combina com um vestido?
Acho que as pessoas tentam se libertar de certas coisas e acabam se aprisionando de outra forma, sem nem perceberem, porque cresceram e foram educadas acreditando que "se sou X não posso gostar do Y".
Eu gosto de todas as cores e apenas TENTO comprar o que preciso naquele momento. Mas nem sempre consigo e tá tudo bem. Radicalismo é chato e cansativo.
Beijos.
PS: Ah, descobri seu post através da Camile Carvalho. Também adoro o trabalho dela. ;)
Eu amo essas cores básicas. Tenho várias peças brancas e cinzas, mas também me permito uma estampa bonita quando consigo encontrar, um vestido florido, uma blusa amarela ou uma calça verde. Desde que comecei a me interessar pelo minimalismo, o entendo como uma forma mais leve de viver, não uma como uma obrigação de usar determinado estilo de roupa ou pintar a casa toda de branco.
ResponderExcluirAdorei! Adoro coisas básicas principalmente porque elas são fáceis de combinar com tudo, mas as pessoas acabam aderindo à "moda minimalista" e se sujeitando à pressão estética, esquecendo que o minimalismo é pra gente se sentir bem com a gente. Ótimo post! Bjs
ResponderExcluirÓtimo ter abordado esse tema sabia?
ResponderExcluirEu comecei a ler sobre o assunto no blog da Cá há meses atrás e vivo em busco do 'menos é mais'. Tenho aprendido bastante coisa no sentido do consumismo e decoração. Sem fugir desse sentido. Mas hoje todos os perfil querem esse padrão clean e branquinho. Eu acho lindo, pois amo fotografia, mas está ficando chato já né??
Em relação as roupas, bom, eu compro o que realmente preciso mas compro o que quero: florido ou preto, tanto faz :)
www.chaeamor.com
Mari, tudo bem? :D
ResponderExcluirPrimeiro: eu NUNCA tinha lido, na face dessa blogosfera, alguém sequer citar o ponto "roupas de ficar em casa". HAHAHAHAH quando li no seu post, me senti até acolhida. Nunca tinha me sentido assim porque, até olhando o Unfancy, eu não me imagino colocando o lixo pra fora ou limpando o banheirinho do cachorro com aquelas roupas. Sempre dividi entre "de ficar em casa" e "de sair", e as de ficar em casa são, em sua grande maioria, as de sair que ficaram velhas demais e/ou rasgadas e/ou manchadas.
Amei as fotos das suas roupas e seu posicionamento sobre personalidade e minimalismo forçado. Eu já fiz uns três declutters no meu guarda-roupa, sendo o último na semana passada. Sabe o que achei legal? Que realmente fiquei com peças essenciais e do meu gosto (peças laranjas, verdes e floridas - embora não sejam minha cor preferida, me fazem bem). Achei interessante que não precisei comprar nada pra ter um "capsule wardrobe", tipo um vestido básico preto ou um salto. A minha cápsula está dentro do que eu já tenho. :)
Post muito caprichado como sempre, amei ver um texto novo!
Beijo :*
Primeiro: seu blog tá um chuchuzinho de fofo, adorei sua identidade visual nova!! Segundo, li um post sobre o assunto que me deixou tão inflamada quanto você! ("O minimalismo te fez perder a personalidade?", do blog Teoria Criativa). Sabe que, às vezes, olho as fotos do meu blog e penso que elas são muito poluídas porque não seguem a estética do preto-no-branco-no-vazio-com-um-detalhe-dourado-em-algum-acessório-metálico. Quer dizer, acho lindo, mas não rola (nesse extao momento estou usando uma regata cor de rosa super brilhante, apesar de ser básica). Acho que o tema está meio distorcido, bate até um desânimo de falar sobre isso.
ResponderExcluirVocê abordou o assunto muito bem, me identifiquei bastante.
Besos, Tate
Ser básica não é se prender a cores, isso é ser prisioneira. Ser básica é saber aproveitar o que tem de uma maneira mais prática na maioria dos dias, acima de tudo, fazendo REAPROVEITAMENTOS. Adorei ver você puxando isso nas entrelinhas.
ResponderExcluirSEMQUASES.COM
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